Shirin Ebadi tornou-se a primeira mulher iraniana a ser nomeada juíza em 1969 e a primeira mulher iraniana a presidir um tribunal legislativo em 1975. Após a Revolução Islâmica de 1979, por pressão dos clérigos conservadores que insistiam que o Islã proibia as mulheres de serem juízas, foi destituída da magistratura
Atualmente, Shirin Ebadi é professora na Universidade de Teerã e tem-se envolvido numa campanha a favor do estatuto legal das mulheres e crianças no Irã. Como advogada é conhecida pela sua intervenção em numerosos casos de violação de direitos humanos, em especial de mulheres e crianças. Também tem defendido dissidentes, membros de minorias religiosas e de publicações fechadas pelo governo iraniano.
Shirin Ebadi também ajudou à criação da lei contra o abuso físico de crianças, que foi aprovada pelo parlamento iraniano em 2002 e fundou duas organizações não-governamentais: Sociedade para a Proteção dos Direitos da Criança e o Centro dos Defensores dos Direitos Humanos.
Prêmio Nobel
Em outubro de 2003 o Comitê Nobel considerou-a uma "pessoa corajosa" e atribuiu-lhe o Nobel da Paz pelos seus esforços corajosos em prol da democracia e dos direitos humanos, especialmente direitos das mulheres e das crianças. A agência oficial iraniana mencionou o evento apenas com algumas linhas.
Desde que recebeu o prêmio, Shirin Ebadi tem viajado por diversos países estrangeiros, dando conferências e recebido homenagens, publicando documentos e defendendo pessoas acusadas de crimes políticos no Irã.
Ameaças
As ameaças contra elea e à sua família família começaram em 2008 e advertiam-na a não fazer discursos no exterior. Em dezembro deste memso ano um grupo de manifestantes atacou a sua casa. No final desse mês, a polícia iraniana fechou o escritório do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos.
Jornais europeus publicaram, em setembro de 2010, as críticas de Shirin Ebadi à pena de morte para a iraniana Sakineh Ashtiani (acusada de adultério e cumplicidade na morte do marido) e ao editorial do jornal iraniano Kayhan, que atacou a primeira dama francesa, Carla Bruni, que expressou em carta aberta solidariedade a Sakineh, chamando-a de prostituta e de merecedora da pena de morte. “Não é o meu Irã e as ofensas contrariam a nossa cultura”, desabafou Shirin Ebadi.
Publicações
Foram traduzidas e publicadas em língua portuguesa duas obras de sua autoria: O Despertar do Irão (2007) e A Gaiola de Ouro (2009).
NR: Sakineh Ashtiani foi condenada à pena de morte por apedrejamento. Apesar da pressão internacional, o governo iraniano mantém a sentença. No ano passado (2010), o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a manifestar ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a disponibilidade de receber Sakineh no Brasil. Mas a oferta não foi considerada pelo governo iraniano.
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