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domingo, 27 de março de 2011

A mulher que inventou a Paz...

Bertha Felicie Sophie von Suttner foi a primeira mulher do mundo a receber o prêmio Nobel da Paz em 1905. A escritora e compositora que nasceu em Praga, atual República Tcheca, no dia 9 de junho de 1843, era filha de uma família aristocrática, mas seu pai morrera pouco antes dela nascer e sua mãe não consegue administrar os bens da família deixando-as em dificuldades.

Mesmo assim, Bertha desfruta de uma boa educação e estuda música e línguas quando jovem, desenvolvendo também um apurado gosto para a literatura. Mas toda sua inteligência não foi suficiente para lhe arrumar um marido – o que, para a sociedade moralista e conservadora da época, era quase a sentença de morte para as moças. Bertha decide, então, surpreendendo a todos: arrumar um emprego.

Aos 30 anos, ainda solteira, Bertha vai para Viena onde começa a trabalhar como dama de companhia na riquíssima família Suttner, mas acaba se apaixonando pelo filho mais novo da família, Arthur Von Suttner. Foi obrigada pela família dele a deixar a casa.

Em1876 Bertha vai para Paris onde trabalha por um período como secretária do já famoso industrial Alfred Nobel, que havia inventado a dinamite e o detonador, e de quem acabaria se tornando muito amiga. É fato que o velho Nobel se apaixona por Bertha, porém certo de que esse amor não teria futuro torna-se seu amigo para a vida toda.

Aliás, foi Bertha quem influenciou Alfred Nobel a premiar pessoas que fizessem grandes esforços pela paz no mundo culminando no prêmio Nobel da Paz, criado em 1901 e do qual a própria Bertha foi vencedora em 1905.

Algum tempo depois, Bertha e Arthur finalmente se casam, porém a família Suttner se opõe à essa união e ambos acabam deixando Viena e fugindo para o Cáucaso. Lá eles vivem por nove anos durante os quais Bertha dá aulas de línguas e música para sobreviver e começa a escrever.

Em 1885, com o perdão da família Suttner, eles regressam para a Áustria onde Bertha toma conhecimento da Associação de Paz Internacional e Arbitragem, de Londres, e que a leva a escrever o livro “Das Maschinenzeitalter” (“A Idade das Máquinas”) pelo qual recebe algumas críticas por causa do nacionalismo exacerbado e da freqüente menção sobre armamentos. No final de 1889 Bertha então publica “Die Waffen Nieder!” (Abaixo as Armas!) que é traduzido para diversas línguas e lhe confere grande notoriedade como escritora e pacifista.

Naquela época, de países fortemente armados e em que as mulheres de boa família deveriam apenas ficar em casa para cuidar de suas famílias Bertha faz sucesso com suas idéias antimilitaristas ao contar com detalhes os horrores da guerra. Após a publicação do livro Bertha começa a ser requisitada para diversos encontros e eventos sobre a paz passando a dedicar-se exclusivamente a sua causa.Em 1891, junto com o marido incentivam a fundação da Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz.

Na Primeira Convenção Internacional de Haia, em 1899, Bertha Von Suttner é a única mulher a participar. A “condessa da paz” como passou a ser conhecida tinha idéias sobre a criação de um tribunal onde os conflitos internacionais pudessem ser resolvidos evitando-se guerras e trabalhou para a concretização do que viria a ser chamado de “Tribunal de Haia”.

Bertha participou de inúmeros congressos e associações de paz no mundo todo, recebendo em agosto de 1913, por ocasião do Congresso Internacional de Paz de Haia, o título de “generalíssima” do movimento da paz. Em 21 de junho de 1914 Bertha Von Suttner falece e, apesar de todos os seus esforços, dois meses depois teria início a Primeira Guerra Mundial.

Um comentário:

  1. Parabéns à humanista apaixonada que inventou 'Essas mulheres...' deixando a internet mais atrativa e útil.

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